A geração solar distribuída veio para ficar, afirma CEO da Faro

A Faro Energy constrói, opera e mantém usinas de energia solar fotovoltaica desde 2016 e planeja investir 60 milhões de dólares (300 milhões de reais) em unidades de geração distribuída até 2022, disse o CEO Pedro Mateus à BNamericas.

Nesta entrevista para a BNamericas, Pedro Mateus, CEO da Faro Energy, falou sobre as perspectivas comerciais e os desafios que o setor enfrenta no país.

BNamericas: Quando que a Faro entrou no mercado brasileiro?

Pedro Mateus: Começamos no Brasil em 2016, logo após entrar em vigor uma regulamentação mais detalhada da geração distribuída. Quando o setor público dá sinais claros, o setor privado reage. Foram investidos 5 bilhões de reais (US$980 milhões) desde então e mais de 12.000 empresas estão operando no segmento. Atualmente a Faro está presente em 13 estados brasileiros.

BNamericas: Quais são os principais projetos em andamento? Existem novos contratos em vista?

Pedro Mateus: Entre o final de 2020 e o início deste ano, obtivemos US$ 60 milhões em financiamento e, com isso, buscaremos 150MW de usinas solares fotovoltaicas instaladas até 2022, investindo todo esse capital até lá. Estamos conversando com empresas de setores com alta capilaridade e consumo de energia, tais como saneamento, telecomunicações e drogarias.

Hoje temos cerca de 33MW em operação e 50MW em construção, incluindo as usinas para a TIM e Oi. Portanto, ainda precisamos adicionar 70MW e para isso a equipe comercial tem trabalhado arduamente para este fim.

BNamericas: Como você avalia o cenário atual e as perspectivas para o setor elétrico brasileiro?

Pedro Mateus: A geração solar distribuída está aqui para ficar. Ter a capacidade de gerar sua própria energia é uma mudança de paradigma, e isto é muito difícil de parar. Há mais de um ano existe uma discussão entre [o regulador] Aneel e os setores de geração distribuída sobre a mudança regulatória. Isto traz incertezas para projetos presentes e futuros o que é muito ruim para o setor.

Nos últimos três anos, 200.000 empregos foram criados no setor de energia solar fotovoltaica. Não paramos de contratar desde que a pandemia começou. Éramos dezenove, agora somos 40.

Estamos à beira de um colapso energético, com os reservatórios [níveis] baixos. O setor de geração distribuída é muito rápido, com obras rapidamente executadas, contribui para a redução das perdas na distribuição, e é uma fonte que gera energia no pico do consumo, o que poderia ajudar a reduzir o uso de plantas térmicas poluentes e caras.

BNamericas: Quais são os principais desafios?

Pedro Mateus: Regulamentação clara e previsibilidade para os investimentos que serão feitos. São investimentos de longo prazo, com períodos de retorno de 20, 30 anos. É necessário resolver a luta entre a geração distribuída e os distribuidores [concessionárias].

E o setor financeiro precisa mobilizar mais e mais para que haja instrumentos de captação de recursos. Já fizemos duas emissões de dívida no Brasil. Recentemente fechamos uma grande operação com um banco que será anunciada em breve, de mais de 100 milhões de reais para a geração distribuída, mas demorou um ano para ser trabalhada. É importante ter mais velocidade.

BNamericas: Como você vê o mercado de crédito de carbono e os certificados de energia renovável (RECs)? 

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Entrevista feita por João Montenegro.

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